É por meio da mãe, seja ela com vínculo sanguíneo ou não, que damos início ao desafio de sermos seres humanos
É um desafio escrever para mães, não sendo uma delas, mas é comum dizer que a mulher, pela sua natureza, traz em si o dom de acolher e o dom da maternagem, ou seja, de acolher o outro com o amor filial.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Esta é a graça de saber que já somos amados mesmo antes de sermos gerados, é graça e dom de Deus o amor maternal.
Não sendo uma delas, mas atendendo muitas mães, vamos aprendendo, lendo e convivendo com genitoras que nos trazem diversas histórias de vida, aprendizados e experiências.
Vínculo materno
O vínculo materno é algo estabelecido muito antes do nascimento, e é o primeiro evento de organização psíquica (embora, primitivo) de uma criança. Nesse sentido, a mãe se torna um elemento primordial no cuidado da criança, na observação dos seus sentimentos e emoções, na formação de sua identidade.
É por meio da mãe, seja ela com vínculo sanguíneo ou não, que damos início ao desafio de sermos seres humanos e conviver em sociedade.
É na relação mãe-bebê que também a mãe se realiza, partindo do princípio de que tudo é troca. Mãe-bebê crescem na interação e na maturidade, com formas de ganho vivenciadas desde o princípio da relação.
Mais do que instinto, a maternidade é algo que prende nossa atenção pelo fato de envolvermos outros aspectos, como comportamentos aprendidos e experiências de vida que nos tornaram diferentes no contato com nossos filhos.
Acho importante tocar nesse aspecto: por vezes, as mães estão insatisfeitas no modo como têm realizado seu papel. Aí, é hora de aceitar suas dificuldades, aprender com outras mães, buscar, em sua família, bons exemplos de maternidade.
O cuidado com os rótulos
O que devemos evitar é aquele rótulo de que, por nossos sofrimentos de vida, repassemos tudo isso para nossos filhos. Creio ser este o maior erro.
Sabe aquela frase que começa assim: “Filho meu não faz isso…” e “Filha minha, se engravidar fora do tempo, vai ser botada pra fora de casa”. Ouvimos isso milhares de vezes. Mas será esse o melhor caminho?
Ser mãe é cuidar, trazer para perto, conversar. Chegamos então ao X da questão: nossa relação com os filhos não é apenas instintiva, é também intuitiva, é perceber mais as reações do filho, as amizades, as vivências e os hábitos dele.
É preciso quebrar uma barreira que possa existir entre você e seu filho, que é muito mais uma barreira “mental” imposta por você, dizendo o que deve ou não tratar com ele.
A relação mãe-filho sofre influência marcante da cultura, do ambiente social, religioso, financeiro, da nossa saúde física e mental, do nosso acesso à educação, ao lazer, ao trabalho, ao descanso, à dignidade e ao reconhecimento.
Reciclar! Reciclamos nosso conhecimento no trabalho, na escola e – por que não? – na forma de conduzir nossa relação com nossos filhos.
A melhor educação
A melhor educação não é a mais cara ou cheia de recursos, mas a que deixa lembranças emocionais positivas. Essa vivência é muito especial para cada ser humano. Se você não viveu isso, procure trazer para seu filho o sentimento de pertencer, de ser acolhido, oferecendo-lhe segurança.
A segurança oferecida é ponto-chave para que seu filho também se sinta seguro, mesmo quando não for bem na prova da escola, quando perder o jogo do time ou não possuir aquele tênis “da hora” que todo amigo tem.
Mãe não é aquela que cede, que concede, que libera e facilita a vida. Mãe também abraça, acolhe, esbraveja, chora, também precisa de colo e proteção.
Ser mãe não é ser “mulher maravilha” com um cinturão cheio de superpoderes e ter todas as respostas em mãos, mas ganhar um espaço com seu filho; sim, dar a ele um espaço de escuta, um espaço de amor e acolhida.
É a graça de vivenciar vários papéis ao mesmo tempo: ser mãe-mulher-cidadã-esposa-profissional! Muitos papéis para essa mãe, os quais vão moldando seu jeito de ser e atender todas as necessidades apresentadas, que capacita sua forma de entender seus aspectos humanos e, estando bem psicologicamente, também contribua no desenvolvimento saudável de seus filhos.
Ser mãe é viver as alegrias e os sofrimentos que ser mãe representa, unidas à fé, à esperança, ao amor-doação. É saber criar seus filhos e saber gerá-los para a vida.
Que lindo presente é ser mãe! Um papel que, na verdade, nunca acaba. Ser mãe está e sempre estará em sua vida como a experiência mais transformadora que uma pessoa pode viver.
Tudo isso faz com que você seja tão especial e importante na vida de seus filhos!
Elaine Ribeiro dos Santos
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da
Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Facebook: elaine.ribeiropsicologia Twitter: @elaineribeirosp
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Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/fertilidade/ser-mae-eterno-aprendizado/
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